Mulheres colombianas viajam para Londres e Belfast para mostrar tapeçarias e experiências de cura após o conflito armado
Juana Alicia Ruiz Hernández e um grupo de mulheres de Mampuján, no norte da Colômbia, estão em viagem a Londres e Belfast para se reunir com parlamentares da Irlanda do Norte e grupos locais. O objetivo da viagem é mostrar as tapeçarias produzidas pelo coletivo, que refletem as experiências vividas durante o conflito armado na Colômbia.
Esta viagem acontece apenas uma semana antes da inauguração do Museu de Arte e Memória de Mampuján, no dia 30 de novembro. Juana Ruiz, futura diretora do museu e líder do grupo de mulheres, foi convidada a compartilhar suas experiências e tapeçarias, elaboradas artisticamente para representar o que viveram durante o massacre cometido em março de 2000.
Depois de sofrerem abusos sexuais, deslocamentos e massacres, as mulheres de Mampuján começaram a tecer tapeçarias como forma de curar as feridas e denunciar o que aconteceu. As tapeçarias foram levadas para diversos museus, mas também permitiram que as mulheres se encontrassem, curassem suas feridas, se reconciliassem e perdoassem.
O coletivo também levou sua mensagem de “cura de feridas com arte” para outros países, como a Universidade de Cambridge, Haia, no Brasil, Peru, Nicarágua, El Salvador e viajou pela Colômbia. A ideia é mostrar iniciativas de reparação e compartilhar a mensagem de que a paz é possível e que a cura pode ser feita através da arte.
Até o momento, 245 famílias vivem no novo Mampuján, local onde o museu será inaugurado. Este coletivo de mulheres é considerado fundamental nos acordos de paz na Colômbia, contribuindo para sua criação e mostrando que, mesmo perdoando, nunca esquecem, mas lembram sem ressentimento ou desejo de vingança.
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